Exercícios para Condropatia Patelar:
(Ms.Ft. Murilo Curtolo – CREFITO3/132915-F)
Condropatia patelar é uma das condições dos membros inferiores mais comuns observadas na prática ortopédica, particularmente prevalente em pessoas mais jovens e que são fisicamente ativas. As mulheres parecem apresentar maior risco para o desenvolvimento de condropatia patelar do que os homens.
O problema dessa lesão é realçado pelo fato de que 70% a 90% dos indivíduos com essa condição têm dor recorrente ou crônica, devido a articulação femoropatelar suportar as maiores cargas em atividades como, por exemplo, suportar até 8x o peso corporal durante a corrida.
Os sinais e sintomas mais comuns são: dor peripatelar e retropatelar difusa; limitação das atividades de vida diária como subir e descer escadas, agachar, permanecer sentado por períodos prolongados; e alterações da marcha. É importante salientar que na presença de dor haverá diminuição da atividade, tempo e resistência muscular, causando alterações nos padrões de movimento.
Pontos-chaves de um programa de reabilitação de condropatia patelar são:
- Fortalecimento de quadríceps e quadril;
- Recuperação da estabilidade proximal;
- Restabelecimento ativação muscular;
- Treinamento sensório-motor;
- Evitar a dor durante exercícios.
Para o fortalecimento temos os exercícios em cadeia cinética aberta (CCA) e em cadeia cinética fechada (CCF). Para evitar a sobrecarga na articulação femoropatelar preconiza-se que em CCA a flexão do joelho esteja entre 90º e 40º, enquanto que em CCF esteja de 10º a 60º de flexão.
Há evidência na literatura de que tratar a fraqueza de quadril pode diminuir a dor causada por essa lesão, porém o fortalecimento do quadril deve ser encarado como parte de um programa de reabilitação e não como sendo o principal tratamento.
Melhora da função e atividade muscular inclui:
- Englobar o fortalecimento de todos os grupos musculares de membros inferiores.
- Ênfase no fortalecimento de quadríceps e musculatura de quadril (glúteo médio e máximo).
- Eletroestimulação do músculo vasto medial oblíquo;
- Associação de exercícios em CCF e CCA;
- Sobrecarga progressiva;
- Manter o tratamento de 6 a 12 meses.
CORE Training – melhora o controle lombo pélvico:
- Co-contração muscular de pelve, abdômen e lombar.
- A falta de controle lombo pélvico tem grande potencial em alterar a distribuição de carga nos membros inferiores.
Melhora da capacidade de absorção de choque:
- Movimentos em CCF com cargas e impactos leves.
Ex: hopping, skipping, jumping squats
- O aumento na amplitude de movimento de dorsiflexão de tornozelo aumenta o tempo de absorção da energia
Treinamento Sensório-motor:
- Importante em atividades que requerem estabilidade articular dinâmica e controle de movimento.
- Causa altas cargas na articulação e deve ser cuidadosamente monitorado.
Manutenção do condicionamento físico:
Inicialmente deve-se evitar impacto na articulação, utilizando-se de exercícios com baixa carga como, por exemplo, bicicleta, transport e corrida na água.
Alongamento / Mobilidade de tecidos moles:
- Os músculos do quadríceps, isquiotibiais, tríceps sural, tensor da fáscia lata e ílio-psoas merecem atenção especial.
- Mobilização de fáscias, retináculo patelar e músculos.
Orientações sobre o tratamento ao paciente:
- Pode ser um processo lento, principalmente em indivíduos com sintomas ≥ 12 meses.
- Os questionários e os testes funcionais são ótimos indicadores para a progressão dos exercícios.